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Mercado e Consumo

CSN leva a indústria do aço para o varejo da construção civil com franquias de bairro


Estratégia da siderúrgica é uma tendência sem volta e já realizada com sucesso em outros segmentos


A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) abriu uma frente de negócios no varejo com a criação da Rede Fortaço, acompanhando uma tendência da indústria em lançar modelos direct to consumer (DTC).


A Fortaço é uma rede de franquias de material de construção, com ofertas que vão desde materiais básicos, como cimento, até acabamentos. O foco do empreendimento da CSN é conquistar espaço junto às lojas de bairro, oferecendo benefícios ao proprietário e ao consumidor.


“A chegada da Rede Fortaço é um marco significativo no cenário do varejo de materiais de construção brasileiro”, assinala Cláudio Fortuna, diretor comercial da Rede. “Estamos trazendo não apenas produtos de alta qualidade, mas também a experiência adquirida em anos de operação em outros segmentos, para ajudar as empresas a expandirem e a crescerem mais rapidamente do que se estivessem operando de forma independente. A nossa proposta é transformar a loja da vizinhança em um ‘lojaço’, trazendo profissionalismo, tecnologia e qualidade no atendimento e nos produtos”, ressalta.


Tendência


A chegada ao varejo da gigante do aço é uma tendência forte da indústria. A Hering marcou tão bem a sua transição que, hoje, poucos consumidores se recordam do início da marca apenas como fábrica de roupas. Assim também a Havaianas.


Mais recentemente, outras grandes companhias entenderam os benefícios de estarem próximas do consumidor e também lançaram as suas marcas no varejo. Um exemplo é a Swift, do Grupo JBS. Presente nos supermercados com grande variedade de carne congelada, foi para o varejo físico e online. Hoje, são mais de 100 lojas no Estado de São Paulo, com foco na oferta de cortes e proteínas. Isto porque a Swift também comercializa carne à base de plantas, sobremesas, frutas e legumes. O portfolio, hoje, é composto por cerca de 400 produtos.


A Nestlé, maior empresa global de alimentação, também seguiu por esse caminho, ampliando sua influência no varejo com a compra do Grupo CRM, controlador de Kopenhagen, Cacau Brasil e Kop Koffe, depois de já ter adquirido experiência com a Nespresso. Com a aquisição, estimada em R$ 4,5 bilhões, passou a operar as mais de mil lojas das marcas, entre corporativas e franqueadas, físicas e virtuais.


Para Jean Paul Rebetez, sócio-diretor da Gouvêa Consulting, existem pelo menos quatro benefícios para a indústria na abertura de uma frente de negócios no varejo, que foram abordados no artigo “DTC: a experiência completa“.


São eles: as marcas chegam mais rapidamente ao mercado, utilizando-se de canais próprios, passam a ter acesso a dados e a comportamentos de consumo diretamente, aprimoraram a experiência do consumidor de ponta a ponta e melhoram suas margens de lucro sem intermediações, da ordem de “16% no atacado e até 40% no varejo”, aponta o consultor. “O controle das marcas passa a ser muito mais eficiente e alinhado com a estratégia e proposta de valor”, afirma Rebetez no artigo.


Lição aprendida com sucesso, a Seara, também do Grupo JBS, inaugurou o seu primeiro restaurante gourmet no Aeroporto Internacional de Guarulhos em 22 de novembro. Batizado “The Experience”, o portfólio inclui ícones da marca transformados em receitas, cujas opções atendem desde o café da manhã ao lanche rápido.


Gigante da tecnologia, a chinesa Huawei também migrou para o atendimento direto ao consumidor, com lojas próprias e, a exemplo da Apple, buscando oferecer experiências diferenciadas aos seus clientes.

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