Mais uma vez as enchentes no RS mobilizam o noticiário e o mercado farmacêutico se reúne para arrecadar fundos e mantimentos. A RD Saúde, grupo que congrega as bandeiras Droga Raia e Drogasil, destinará todo o valor arrecadado com o Troco Solidário no mês de maio às vítimas.
Além disso, a cada centavo doado pelo cliente, a rede de farmácias dobrará o valor até o limite de R$ 500 mil. Em outra frente, os colaboradores do Estado terão acesso prioritário ao Fundo de Emergências mantido pela companhia. A empresa também atua na distribuição de kits de higiene.
A rede mantém 131 filiais no Rio Grande do Sul e atua com estoque abaixo do ideal. Algumas unidades precisaram ser fechadas.
Grandes redes também prestam ajuda às vítimas de enchentes no RS
A Abrafarma, associação que congrega as maiores bandeiras do varejo farmacêutico nacional, anunciou que irá prestar apoio ao governo do Rio Grande do Sul.
Em paralelo, por meio de suas redes sociais, a entidade indicou que o poder público gaúcho reativou a conta bancária SOS Rio Grande do Sul. A rede associativista Melhor Compra, de Ipatinga (MG), também pediu que as doações financeiras fossem centralizadas neste canal.
Os interessados podem doar por meio da chave pix (CNPJ: 92.958.800/0001-38), registrada no Banrisul, banco estatal gaúcho.
Farmácias São João recolhe doações
Outra das redes associadas a Abrafarma, a Farmácias São João, que mantém mais de 1 mil lojas na Região Sul do Brasil, também anunciou que ajudará os afetados pelas inundações no Estado.
Todas as unidades da varejista recolherão doações para as vítimas. Dentre os itens que podem ser doados estão:
Absorventes
Água potável
Alimentos não perecíveis
Fraldas
Kit higiene pessoal
Material de limpeza
Fora isso, o CD da São João servirá como base provisória para a Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa-RS). “A medida vai assegurar o fornecimento contínuo de alimentos de todo o Estado”, garante Carlos Siegle, presidente da empresa.
Em setembro do ano passado, quando a chuva castigou a região do Vale do Taquari, a companhia já havia se movimentado, doando remédios e alimentos e estabelecendo uma farmácia-container no município de Roca Sales (RS), onde uma de suas lojas foi destruída.
Febrafar realizará campanha interna
A Febrafar, federação que congrega 68 redes de farmácias associativistas e 16 mil PDVs, realizará uma campanha interna para angariar fundos para as unidades afetadas pelas inundações.
Além disso, a equipe comercial da entidade irá negociar com fornecedores da indústria e do atacado farmacêutico para evitar o protesto de duplicatas.
Ao todo, são 2.376 drogarias associadas no Estado. A Febrafar ainda não consolidou o número de unidades atingidas.
Ao menos dez lojas das Farmácias Associadas – pertencente à Febrafar – foram gravemente atingidas pelas inundações.
Procurados pela reportagem do Panorama Farmacêutico na última segunda-feira, dia 6, a rede de farmácias associativistas afirmou que o número pode ser ainda maior, pois muitas lojas seguem embaixo da água e muitos empreendedores ainda não responderam aos contatos da rede.
Em meio a tal cenário, o grupo afirmou que, assim que conseguir consolidar os prejuízos, irá ajudar com capital próprio a reconstruir as unidades gravemente atingidas.
Indústria farmacêutica fará doação de medicamentos
Outra entidade que lançou uma campanha emergencial de doação entre as empresas associadas é o Sindusfarma. O valor arrecadado será transferido para o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, por intermédio do Banrisul. Até o momento, já foram arrecadados R$ 210 mil, com expressiva contribuição da Hypera Pharma.
Os valores podem ser depositados na seguinte conta corrente – Pix 62.646.633/0001-29 ou diretamente para o Pix do Governo do RS – Pix: 92.958.800/0001-38. Neste caso, o Sindusfarma solicita que a doação seja comunicada para devido registro.
Ao mesmo tempo, a entidade está coordenando com as autoridades gaúchas a doação de medicamentos. O Sindusfarma também está doando 680 kg de alimentos não perecíveis para a população gaúcha. A arrecadação foi feita durante a abertura dos Jogos Sindusfarma 2024, realizada no último sábado (4), no Sesi Cotia.
A distribuição dos alimentos está sendo organizada em parceria com a CUFA (Central Única das Favelas) Paraisópolis e suas unidades no Rio Grande do Sul, nas cidades de Porto Alegre, Esteio, Sapucaia do Sul, Alvorada e Caxias do Sul.
Entidades da indústria uniram forças
Dez entidades que representam a indústria farmacêutica também se uniram para angariar fundos entre suas associadas e ajudar a população do Rio Grande do Sul.
O grupo em questão é formado por Abifisa, Abiquifi, Abrasp, Acessa, Alanac, Alfob, Grupo FarmaBrasil, Interfarma, PróGenéricos, Sindifargo, Sindusfarma e Sinfar-RJ. Os valores arrecadados serão transferidos diretamente ao governo do Estado.
CFF propõe melhorias no atendimento
Para dinamizar o atendimento aos afetados, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) enviou dois ofícios ao Ministério da Saúde e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No primeiro, o conselho pede que a pasta flexibilize o acesso aos medicamentos distribuídos pelo Farmácia Popular no Rio Grande do Sul.
Para o conselheiro federal de Farmácia pelo Estado, Roberto Canquerini, essa é uma “medida crucial, considerando que muitos desabrigados perderam seus medicamentos, documentos e prescrições”.
Já no ofício enviado a Anvisa, o objetivo foi pleitear a extensão da validade das receitas para a compra de medicamentos de controle especial e antimicrobianos, com o objetivo de evitar novas consultas médicas, inviáveis nas condições atuais.
Em paralelo, o Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul (CRF-RS) está recolhendo doações em sua sede. Podem ser doados alimentos não perecíveis, materiais de limpeza e de higiene pessoal.
“Além disso, abrimos várias outras frentes de trabalho com o objetivo de apoiar o socorro às vítimas. Criamos um Comitê de Gestão de Crise formado por farmacêuticos de diferentes áreas de atuação. Esse grupo está coordenando as ações nos municípios mais afetados, com o apoio de mais de 200 colegas voluntários cadastrados para essa emergência”, explica Giovana Ranquetat Fernandes, presidente do CRF-RS.
Por: Cesar Ferro
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