As farmácias brasileiras seguem em ascensão consistente e movimentaram R$ 198,8 bilhões em vendas nos últimos 12 meses até junho, índice 13,7% acima do desempenho do mesmo período anterior. Mas duas regiões em particular foram as principais responsáveis por esse resultado.
O Sul e o Nordeste avançaram 16% e 15,7%, respectivamente, e juntos detêm 36% do market share do varejo farmacêutico nacional. Embora o Sudeste continue a concentrar a fatia majoritária das operações – 49% – a região demonstra sinais de saturação. Faturamento das farmácias brasileiras por região (em R$ bi e %) - Sudeste 97,4 (49%) - Nordeste 57,8 (19%) - Sul 33,8 (17%) - Centro Oeste 17,9 (9%) - Norte 11,9 (6%)
Farmácias brasileiras crescem no Sul com as grandes redes
As farmácias brasileiras avançam na Região Sul sobretudo com a força das grandes redes. Inclusive, quatro delas estão entre os dez líderes em faturamento no varejo farmacêutico nacional, mas cada uma aposta em estratégias diferentes de expansão.
As Farmácias São João e a Clamed, por exemplo, preconizam o crescimento orgânico dentro do território sulista. Com 1 mil PDVs nos três estados da região, a São João injetou R$ 200 milhões na abertura de um mega CD na Grande Porto Alegre (RS). “O complexo dá sustentação a nosso plano de chegar a 1,1 mil lojas em até 12 meses”, acrescenta o presidente Pedro Brair. A catarinense Clamed está de olho especialmente no Paraná e tem R$ 56 milhões destinados à expansão.
Enquanto isso, a Nissei busca novos mercados e o interior de São Paulo é a bola da vez. Com R$ 250 milhões em mãos, a rede planeja ocupar espaço em pontos já existentes e aguarda o desfecho da negociação de compra das unidades da Poupafarma.
A Panvel, por sua vez, encontrou na digitalização o caminho e espera fechar o ano com pelo menos 50 novos sellers em sua plataforma de marketplace. Em um momento inicial, o objetivo é oferecer maior variedade de produtos dentro das categorias já existentes, com a ampliação da linha de perfumaria, produtos eletrônicos na área de beleza, produtos ortopédicos, entre outros.
“Depois ampliaremos nossa oferta com equipamentos médico-hospitalares, de fitness e vestuários esportivos”, ressalta o CEO Julio Mottin Neto. A projeção é que o volume de SKUs no marketplace salte de 20 mil para 100 mil.
No Nordeste, redes e associativismo concentram atenções
Já as farmácias brasileiras atuantes no Nordeste revelam uma atenção dividida entre as grandes varejistas e o associativismo.
Com base nos indicadores do primeiro trimestre, a Raia Drogasil teve aumento de 1,1% em representatividade na região. O Nordeste concentra 10,8% das operações da rede e também foi eleito como prioridade no ambicioso projeto de expansão da DPSP. A vice-líder do setor inaugurou dez unidades só em Pernambuco neste semestre, como parte da meta de abrir 500 PDVs em três anos.
Mas é o associativismo que mais cresce nos nove estados nordestinos. O grupo de 20 bandeiras de farmácias que integram a Abrafad mira uma receita inédita de R$ 5,8 bilhões em 2023. Embora procure ampliar continuamente a lista de associadas – foram três incorporações só neste ano –, é o fortalecimento da base atual que mais colabora para a expansão da Abrafad. “Isso ocorre especialmente em mercados como o Nordeste”, ressalta o diretor executivo Nilson Ribeiro.
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