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Jornal do Comércio

Expansão dos mercados de proximidade atrai novas redes

Atualizado: 15 de ago. de 2023

Uma tendência nos dias atuais, os mercados de proximidade atraem não só pequenos negócios como grandes redes. O exemplo mais recente é o Carrefour, que apresentou na semana passada durante a 30ª ABF Franchising Expo, em São Paulo, o modelo de franquia do Carrefour Express. A ideia do grupo supermercadista é levar as lojas de proximidade, já consolidadas na região metropolitana de São Paulo e na Europa, a outras cidades, por meio de franquias.

“É um movimento natural, sob vários aspectos (lançar franquias). Seja do ponto de vista de ser uma estratégia de negócio do grupo, pensando globalmente, seja do ponto de vista da aceleração da expansão”, afirma João Gravata, diretor-executivo de Conveniência do Carrefour. A rede oferece uma equipe dedicada ao franqueado e a experiência do Carrefour no formato express. A franquia do Carrefour Express tem três modelos de loja: a tradicional, que pode ser de rua ou em shopping center; autônoma, dentro de condomínios residenciais e outro formato de loja para ambientes corporativos. As unidades podem ter de 15 metros quadrados a 200 metros quadrados de área de venda. Cada tipo de loja atende a uma determinada missão de compra do cliente, cumprindo diferentes papéis. No modelo de rua, que está numa área residencial, tem um papel de reposição imediata da casa. O ponto que está em uma região com maior fluxo de pessoas tem papel de conveniência, de compra rápida para poucos itens. “Já uma loja dentro do condomínio é para atender a uma demanda imediata e a em ambiente corporativo é para aquele momento da conveniência, da hora do café”, complementa. O mix dos produtos oferecidos aos clientes é escolhido a partir do local onde a loja está. O diretor explica que os itens são definidos a partir de trabalho de inteligência que vai analisar o tipo de unidade do Carrefour Express - rua, condomínio, corporativo - respeitando as características locais.

Uma novidade é o espaço pet, que não é padrão para todas as lojas, mas poderá ser implementado onde houver espaço e permissão. Sem divulgar números de projeções de lojas do Carrefour Express devido a questões de governança, Gravata diz que a rede tem planos ambiciosos de acelerar a expansão nos próximos anos. No primeiro momento, o grupo está trabalhando prioritariamente a região de São Paulo, onde há espaço para crescer, e vai focar outros grandes centros urbanos, entre eles Porto Alegre. “Seguimos uma lógica de expandir para locais onde o Carrefour tem centrais de distribuição, e temos uma na região de Porto Alegre. Isso facilita muito para o modelo de loja de proximidade, é um fator prioritário e primordial para o sucesso do negócio”, afirma. Para abrir uma franquia do Carrefour Express, o investimento inicial é de R$ 150 mil, de acordo com o tipo de unidade escolhida pelo franqueado. O empreendedor terá o apoio da rede supermercadista e acesso a um portfólio amplo de produtos, atendimento da área comercial e logística, modelo de negócio escalável e programa de fidelidade para os clientes, entre outros benefícios. Outro nome internacional que opera no segmento de mercados de proximidade é a mexicana Oxxo. Com 19 mil lojas, líder no segmento e presente em países como México, Colômbia, Chile e Peru, a marca chegou ao Brasil em 2020. Atualmente, a empresa possui unidades apenas em cidades de São Paulo, mas tem planos de expandir para outros estados.

Loja autônoma em condomínio veio para ficar, diz diretora da Honest Market Brasil Impulsionado pelo isolamento durante a pandemia de coronavírus, o segmento de mercados autônomos mostra que caiu no gosto de empreendedores e consumidores. Cada vez mais condomínios e empresas investem nas lojas autônomas, se tornando um nicho promissor para as redes. A Honest Market Brasil, fundada em 2020, teve um aumento de mais de 400% no faturamento e no número de lojas no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2022. “Esse número reforça a questão do segmento porque algumas pessoas achavam que seria uma coisa passageira. E justamente pelo contrário, a gente tem cada vez mais que fazer adaptações e novos prédios já estão surgindo com espaço dedicado para os mercados autônomos, o que mostra que veio para ficar e a gente não vai embora tão cedo”, afirma Ana Paula Moraes, diretora geral da empresa. Além de condomínios residenciais e empresas, as lojas da Honest Market Brasil podem ser montadas em ambientes corporativos, academias e aeroportos. As unidades têm investimento inicial em torno de R$ 35 mil, já dividido entre taxa de franquia e abertura da primeira loja, estimada para um condomínio de 150 apartamentos. O payback acontece entre 10 a 12 meses, podendo em alguns casos ocorrer em prazo menor devido ao maior faturamento. Ana Paula explica que, ao investir em uma franquia de minimercado 100% autônomo, o primeiro grande papel do franqueado é a responsabilidade da abordagem para entrar em contato com o síndico, administradoras e empresas de facilities que vão ajudar a encontrar o ponto de venda. Posteriormente, será preciso fazer o gerenciamento da loja, a compra dos produtos e a comunicação junto dos moradores ou funcionários que vão usufruir do mercado autônomo. A Honest Market Brasil está chegando a 200 unidades no País. “É legal ver esse modelo de negócios saindo do condomínio residencial, que tomou muita força por causa da pandemia, mas crescendo mais agora com a retomada dos escritórios. Temos aberto cada vez mais pontos de vendas e também há casos de franqueados saindo da primeira para a segunda ou terceira loja, alguns com mais de 10”, conta Ana Paula. No Rio Grande do Sul, a Honest Market Brasil tem operações em Porto Alegre em condomínios residenciais, e projetos para mercados autônomos da marca em empresas. Para mostrar os diferenciais das unidades, a rede levou para a ABF Franchising Expo, feira de franquias que ocorreu na semana passada em São Paulo, um óculos 3D. Além de ver um modelo do mercado no estande da empresa, os visitantes puderam conferir com a ajuda da tecnologia como são os pontos de venda da rede.


Por: Luciane Medeiros

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