O faturamento do varejo farmacêutico brasileiro avançou 3% em março de 2024, em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar do percentual tímido, a evolução de 11% sobre fevereiro refletiu o êxito do setor com as vendas nas farmácias no período que antecedeu o reajuste de medicamentos.
Os dados fazem parte do Shopper Report produzido pela Bnex, consultoria especializada em ciência do consumo e que mensurou mais de 2,1 milhões de transações efetivadas no mês passado.
Porém, a pesquisa indicou um sinal de alerta para a rentabilidade. O preço médio teve uma suave variação de 1,9%, patamar abaixo do apresentado nos últimos meses, quando o aumento esteve próximo do IPCA acumulado dos últimos 12 meses – entre 4% e 5,2% desde setembro.
Faturamento do varejo farmacêutico teve impulso da dengue
O faturamento do varejo farmacêutico em março teve o empurrão de dois fatores especiais. Os casos elevados de dengue e uma crescente contaminação de Covid-19 impulsionaram esse período para além das oportunidades triviais de início de ano, como o verão e o carnaval.
“Essa movimentação impulsionou a compra antecipada de remédios de uso contínuo que já é comum no mês imediatamente anterior ao reajuste de medicamentos”, explica Juliana Milton, head de farma Bnex.
Clientes fidelizados mudam por completo os resultados
O impacto da fidelização torna-se notório na pesquisa. “Considerando somente os clientes leais, o faturamento do varejo farmacêutico aumentou 11% em março, na comparação com o mesmo mês em 2023. E a farmácia vem sabendo capitalizar esse público durante a visita ao PDV, na medida em que o tíquete médio também evolui”, ressalta Juliana.
Já os consumidores não fidelizados puxam a média bem para baixo, com queda superior a 11%.
O levantamento revela que os clientes fidelizados efetuaram compras por um valor médio 74% superior ao das transações realizadas pelos não fidelizados.
Perfil do shopper
A representatividade de consumidores 60+ mantém o patamar acima de 20%, índice significativo quando comparado aos 15,83% de participação desse público na população brasileira. A fatia majoritária de clientes, no entanto, ainda é formada por mulheres de 30 a 49 anos.
Por: Ana Claudia Nagao
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