Edgard Corona, fundador e CEO do Grupo Smart Fit, conta em entrevista exclusiva como a empresa, que já é líder no mercado de academias na América Latina, quer expandir para outras regiões.
Edgard Corona, criador da academia Bio Ritmo, revolucionou o mercado brasileiro de academias de ginástica em 2009 com a criação das primeiras unidades da Smart Fit, ao trazer para o Brasil o conceito de academias low cost. Ele introduziu no mercado um segmento que já era presente nos Estados Unidos, mas com uma diferença: em vez de galpões despojados, criou ambientes instagramáveis (embora na época a palavra ainda não existisse), com equipamentos modernos e iluminação cenográfica. E tudo a preços populares.
Nos anos seguintes, a expansão continuou acelerada, primeiro nos bairros de São Paulo, depois em outras cidades brasileiras e, em seguida, para outros países da América Latina. Novas marcas foram criadas, pequenos estúdios para nichos específicos e aplicativos para atender à demanda dos que preferem se exercitar em casa. Hoje o grupo tem várias marcas pra diferentes públicos – as academias e estúdios Bio Ritmo, Smart Fit, Race Bootcamp, Vidya, Jab House, Tonus Gym e Velocity, de spinning, adquirida em julho; os produtos digitais Queima Diária, Smart Fit Nutri, Smart Fit Coach; e o benefício corporativo TotalPass, agregador de academias e outros serviços de bem-estar.
O Grupo Smart Fit é líder do mercado de academias na América Latina e a quarta maior rede do mundo em número de clientes. No fim de junho, eram 1.529 unidades e 4,9 milhões de alunos em 15 países da América Latina, cerca de 20% de franqueadas e o restante lojas próprias. A TotalPass está presente no Brasil e no México, e o benefício é aceito em 21 mil academias em 1.200 cidades brasileiras. O número de clientes aumentou 16% nos últimos 12 meses e chegou a 4,6 milhões nas academias e outros 300 mil nos canais digitais.
E os números não param de crescer: nos últimos 12 meses até junho foram 270 novas academias, aumentando em 21% a base do ano anterior. Ritmo que deve continuar nos próximos anos. “Vamos dobrar de tamanho nos próximos quatro, cinco anos”, diz Edgard Corona. Ele já tem todo o território mapeado, em todos os mercados que atua, e só aguarda oportunidades para encontrar o imóvel ideal em cada local.
Continua também a estratégia de levar a marca para outros territórios. Nos próximos meses, a marca chega ao continente africano, com as primeiras academias Smart Fit no Marrocos. “Estamos com quatro lojas em construção, vamos abrir entre novembro e janeiro as primeiras”, contou nesta entrevista à [EXP] em que detalha a estratégia de expansão da empresa.
[EXP] – Qual é a composição hoje do grupo Smart Fit?
Edgard Corona – Temos duas vertentes. Uma área de B2B, que é a TotalPass, e uma área da prática de atividade física. Para um público low cost, com o objetivo de democratizar o fitness alto padrão, a Smart Fit, que criamos em 2009, e originalmente tínhamos a Bio Ritmo, que é uma academia high-end, muito forte na cidade de São Paulo e que agora começamos a levar para outros lugares. E tem a área de estúdios, que começamos saindo de dentro da Bio Ritmo: o Race Bootcamp, o Vidya, o Tonus. E a gente complementa a oferta com a Velocity, que é a última aquisição do grupo, deve produzir um bom crescimento.
Hoje o grupo está mais fora do Brasil, temos 55% das nossas unidades e da nossa receita em outras 15 geografias. A América Latina inteira tem Smart Fit. Um a cada 100 habitantes da América Latina é aluno nosso.
Além da América Latina, vocês estão presentes em outras regiões?
Dentro de uns três, quatro meses, vamos inaugurar a primeira unidade em Marrocos. Vamos entrar na África.
Será a primeira em outro continente?
Temos um estudiozinho em Portugal, estamos lá pilotando. Mas Marrocos já é uma coisa madura, a gente deve crescer no país.
E tem planos para outros países também nessa região?
A gente sempre tem vontade, mas não tem caixa para tudo, então precisa ter um pouquinho de juízo também, né? Temos toda a modelagem, os sistemas, as equipes e já temos um modelo parametrizado que permite fazer essa expansão para outras geografias. Então hoje estão previstas umas 5, 6, 10, 20 lojas no Marrocos.
E por que Marrocos?
Porque tem um nível de bancarização parecido com o Brasil, tem uma democracia estável, um islamismo leve. Não tem nada muito estruturado no país ainda. Quando entramos no México não tinha nada, quando entramos no Chile não tinha nada. Então a gente democratiza a atividade, a gente consegue dar acesso para uma população que não praticava atividade física. Isso faz uma diferença brutal.
E vocês têm planos, por exemplo, para a África de língua lusófona?
A hora que você põe Marrocos, aí fica mais fácil expandir para algumas geografias ao lado. Mas não temos plano por enquanto. Vamos soltar Marrocos, como a gente sempre faz, com três, quatro lojas, entender como é o país, adaptar, ajustar alguma coisa que precisa fazer diferente em função de cultura, em função de hábito, e aí começamos a fazer uma expansão mais rápida. Estamos com quatro lojas em construção, vamos abrir entre novembro e janeiro as primeiras.
E são lojas próprias?
Tudo próprio.
Por: Denize Bacoccina
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