Empresa deve atingir 300 mil vidas seguradas em plano de saúde animal, mas chegada da Petz no segmento vai aumentar a competição
A Petlove quer encerrar o ano com 75% de market share no segmento de saúde veterinária. Para um mercado estimado em, aproximadamente, 400 mil animais com planos de saúde, a empresa criada por Marcio Waldman projeta chegar no fim do ano a 300 mil vidas. E em 2024 conquistar 500 mil “clientes”.
“O mercado atual tem entre 350 mil e 400 mil animais com planos de saúde, então temos uma participação relevante”, diz Fabiano Lima, CEO da divisão de saúde animal da Petlove, ao NeoFeed. A empresa tem 220 mil cachorros e gatos segurados
De acordo com o executivo, o mercado de seguros de saúde para animais tem potencial de quintuplicar de tamanho no Brasil nos próximos anos. Atualmente, menos de 0,4% dos animais de estimação no País têm planos de saúde.
Para atrair mais clientes, a Petlove criou um novo plano de entrada que custa R$ 19,90 por mês (menos da metade do preço do segundo plano mais em conta). Ele oferece consultas, vacinas e exames simples. Já o plano mais robusto sai por R$ 299,90 mensais e inclui exames complexos, cirurgias e atendimento em clínicas “premium”.
Além de operar no B2C, a companhia tem avançado no B2B. A divisão já representa 10% das vendas, mas tem potencial para ser o carro-chefe do negócio. Nessa frente de planos de saúde corporativos, que são oferecidos como um benefício para funcionários com pets, a Petlove tem contratos ativos com mais de 60 companhias, como Stefanini, Wickbold e P&G, em que os funcionários têm descontos na aquisição dos planos de saúde.
Recentemente, a empresa firmou um acordo com o BTG Pactual para que os planos de saúde sejam oferecidos como um produto para os correntistas do banco, que fica com uma parte das vendas. Um acordo semelhante já existe com o banco Inter.
Incremento nos números
Com esses avanços, a Petlove teve de rever os números para o ano. A boa notícia é que a empresa estima faturar algo em torno de R$ 225 milhões com os planos de saúde neste ano. Isso é o equivalente a 15% da receita de R$ 1,5 bilhão que é projetada para o negócio como um todo. Para o ano que vem, a expectativa é aumentar a participação para 20%.
Os números são maiores do que a empresa havia projetado quando começou a estruturar essa frente ao comprar a Nofaro e adquirir a carteira de clientes da Porto Seguro, como parte do acordo que tornou a empresa de seguros dona de 13,5% da operação.
Até então, a Petlove projetava que os cuidados de saúde veterinária representariam algo em torno de R$ 500 milhões de receita da companhia em 2025. Esse número aumentou para R$ 650 milhões. “O crescimento acelerou além do esperado”, diz Lima.
Alguns fatores explicam essa revisão. O primeiro está relacionado ao aumento da exposição do negócio graças a uma parceria com a Rede Globo firmada no ano passado para a veiculação de peças publicitárias na emissora (inclusive em horário nobre).
A parceria nasceu após o aporte de media for equity (investimento feito na forma de mídia) que a Petlove recebeu da Globo Ventures. O braço de investimentos da família Marinho participou da extensão da rodada série C de R$ 750 milhões liderada Riverwood Capital.
Com maior divulgação e com dinheiro em caixa, a Petlove passou o último ano expandindo sua rede pelo país. O número de capitais atendidas passou de 5 para 22. Ao todo, são mais de 150 cidades atendidas por 4 mil veterinários conveniados.
Competição na saúde animal
Enquanto acelera sua divisão de saúde, a Petlove observa a movimentação dos concorrentes no mesmo mercado. Em agosto, Sergio Zimerman, fundador e CEO da Petz, disse ao NeoFeed que a companhia teria “um plano que não será mais um entre tantos que estão sendo lançados”.
Zimerman disse que o foco do plano de saúde da Petz seria na prevenção de doenças e que teria como diferencial o uso da estrutura própria. A empresa opera com uma rede composta por 126 clínicas veterinárias e 15 hospitais da marca Seres.
A Petlove vai numa direção contrária e aposta na montagem de uma rede credenciada que hoje é composta por mais de 4 mil parceiros em 150 cidades. “A gente entende que o plano 100% verticalizado ou sendo a maior parte verticalizado não funciona na medicina veterinária”, diz Lima, da Petlove.
Outra concorrente é a Plamev Pet, investida por FIR Capital, Health Invest e Duxx. A companhia, avaliada em R$ 89 milhões, tem cerca de 42 mil vidas em seu plano de saúde e quer chegar em 75 mil no próximo ano. Neste ano, a previsão é de receita próxima de R$ 41,4 milhões.
Por: Rodrigo Loureiro