Redes e associativismo puxam vendas em farmácias

Crescimento em 12 meses supera índices do período anterior em quatro pontos percentuais

Levantamento da IQVIA revela que as vendas em farmácias contabilizaram R$ 226,9 bilhões nos últimos 12 meses até março de 2025 – crescimento de 12,9% em comparação com o período anterior. Os dados indicam um princípio de aceleração do setor, cujo avanço no período imediatamente anterior havia sido de 8,8%.

As grandes redes e as redes do associativismo foram os principais impulsionadores das vendas no setor. As associadas à Abrafarma lideram o volume de negócios, com 47,3% de participação. Já as farmácias associativistas e atuantes no regime de franquias representaram 24,6% do faturamento total.

Já em relação ao número de lojas, o setor contabiliza 93.493 farmácias, um aumento de 1% em relação aos 12 meses do período anterior. A predominância continua sendo das farmácias independentes, com 49.843 PDVs, o que corresponde a 53,3% do mercado, seguida da Febrafar, que soma 17.282 unidades (18,5%).

Na dinâmica da evolução do varejo farmacêutico, analisando os canais que crescem acima do mercado, as redes da Abrafarma cresceram com ajuste do preço do mix em lojas maduras (7,2%) e as associadas à Febrafar se destacaram pelas lojas novas (6%) e volume em lojas maduras (3,9%). Já as independentes lideram o ritmo de abertura de lojas (6,4%), mas também é o segmento que mais fechou PDVs no período (-6,2%), contabilizando 6.440 lojas fechadas (aquelas sem faturamento nos últimos três meses), de um total de 7.590.

“São resultados positivos que se repetem há anos e revelam uma capacidade de crescer em qualquer cenário. Diferentemente dos bens duráveis, em que as vendas caem em períodos de crédito mais difícil e caro, isso não ocorre nas farmácias”, acredita Alberto Serrentino, CEO da Varese Retail.

“Melhores condições de crédito a juros baixos e prazos mais longos, menor endividamento das famílias, mais vagas no mercado de trabalho e aumento dos rendimentos previdenciários colaboraram para essa alta. O consumo, em geral, cresceu 5%’’, acrescenta a economista Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências Consultoria.

Medicamentos de prescrição lideram as vendas em farmácias

Na análise do sortimento, os medicamentos de prescrição permanecem como a categoria mais significativa para as vendas em farmácias, registrando R$ 113 bilhões, o que corresponde a 49,9% do faturamento total no período. Cardiovascular e diabetes foram as áreas terapêuticas que alavancaram o crescimento.

Na sequência vem os não medicamentos, com R$ 65,6 bilhões em vendas (28,9%), impulsionados pelos produtos para cabelo, fórmulas infantis e desodorantes. Os MIPs somaram R$ 43,1 bilhões (19%), com destaque para o segmento de vitaminas, minerais e suplementos; e cuidados aos olhos. Já os medicamentos de especialidades foram responsáveis por R$ 5 bilhões (2,2%) em vendas. Oncologia é a principal categoria, mas são as vacinas que puxam o mercado, com crescimento de 90%.

Performance de crescimento

As redes associadas à Abrafarma, assim como as farmácias associativistas e franquias foram os canais que cresceram dois dígitos em todas categorias (MIPs, consumer health e prescrição).

Considerando o segmento das associações, a Febrafar destaca-se com crescimento acima das demais em todos os canais.

Por: Ana Claudia Nagao