Setor de alimentos naturais para pets pode superar R$ 300 bi

Essa é a projeção do mercado global até 2033, com alta demanda refletindo conscientização dos tutores com a saúde animal

O mercado de alimentos naturais para pets deve movimentar US$ 57,2 bilhões (R$ 312 bi) até 2033, um crescimento de 82% em relação a 2024. A alta pode ser explicada pelo aumento de casos de alergias e sensibilidades alimentares em animais de estimação, além da conscientização crescente dos tutores, que vêm priorizando o bem-estar e transparência na origem dos ingredientes. Somam-se a isso a tendência de humanização dos pets e o aumento do poder de compra dos consumidores.

Outro segmento que também deve continuar em expansão é o de alimentos orgânicos, que atingiu US$ 2,54 bi (R$ 14 bilhões) no ano passado e tem previsão de chegar a US$ 5,65 bilhões (R$ 31 bi) até 2033, um aumento de 122,4%. Os dados são do relatório da Research and Markets.

A categoria de pet food natural é composta por produtos com ingredientes de alta qualidade, muitas vezes obtidos de forma sustentável e livres de aditivos artificiais, conservantes e enchimentos sintéticos. Já alimentos orgânicos seguem as mesmas especificidades, além de diretrizes mais restritas e certificações específicas.

Mercado de alimentos naturais para pets é analisado em diversos países

Segundo o relatório, a ração seca lidera esse mercado, seguida por alimentos úmidos e enlatados. Por fim, aparecem os petiscos. O documento também analisa os canais de distribuição, que incluem supermercados e hipermercados, lojas especializadas e e-commerces.

Supermercados e hipermercados representam o maior segmento, apesar de as vendas online estarem aumentando, especialmente por conta de serviços por assinatura. A análise abrange países da América do Norte, Europa, Ásia-Pacífico, Oriente Médio, África e América Latina.

Segmento de pet food brasileiro

Outro relatório da mesma consultoria aponta que o mercado global de alimentos para pets como um todo deve alcançar US$ 192,8 bi até 2033. Em 2024, o setor movimentou US$ 130,8 bi, o que representa um crescimento de 47,4%. A América do Norte lidera a participação global, com mais de 42,5% do mercado no ano passado.

No Brasil, o segmento de pet food movimentou R$ 40,8 bi em 2024, o equivalente a 54,1% da receita do setor. Previsões para este ano, segundo estimativas do Instituto Pet Brasil (IPB) e da Abinpet, indicam que a divisão deve continuar respondendo pela maior fatia do mercado, com participação de 53,3% no faturamento total, o equivalente a aproximadamente R$ 41,5 bi. A alta prevista é de 1,95% em relação a 2024.

Apesar da liderança, o segmento também é o que mais pressiona o resultado geral do mercado pet. Depois de uma década de crescimento constante, a produção de alimentos industrializados caiu 0,6% em 2024, totalizando 4 milhões de toneladas. “O montante é bem inferior ao potencial do parque industrial brasileiro para fabricar 9 milhões de toneladas”, diz José Edson Galvão de França, presidente-executivo da Abinpet e colunista do Panorama PetVet.

Por: Júlia Arbex