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O Globo

Um futuro sem fronteiras no consumo


Cenário para o varejo inclui soluções instantâneas, eliminação das barreiras entre físico e digital e uso no dia a dia da inteligência artificial


Gostou da jaqueta do coadjuvante naquela cena da série do momento? Ela está à venda e pode ser sua com um simples comando de voz. Ou melhor, poderá — caso se confirmem as previsões de analistas para o futuro do varejo. Esse é apenas um exemplo de um ecossistema de consumo que tende a ser cada vez mais instantâneo, personalizado e desprovido das fronteiras que até então delimitavam os espaços de compra e venda no cotidiano.


Tudo azeitado, é claro, pela proeza da inteligência artificial, que se insinua como força motriz das interações entre consumidores, mercadorias e serviços daqui para a frente.


— As tecnologias de IA são cada vez mais ferramentas as a service, que qualquer varejista pode adotar instantaneamente para funções que vão da curadoria de produtos à gestão de estoques, passando pela interação com os consumidores — resume Jean Paul Rebetez, sócio-diretor da Gouvêa Consulting, especializada em consultoria estratégica para varejo, consumo e distribuição.


Rebetez experimentou na prática o potencial da IA no varejo durante o Latam Retail Show, em São Paulo. O consultor idealizou e apresentou na feira uma loja-conceito da rede de chocolaterias Cacau Show, empregando o que há de mais avançado em tecnologias para o futuro do varejo.


— A IA generativa permitiu que fizéssemos um avatar do Alexandre Costa, fundador da Cacau Show, que, por meio de uma tela, interagia em som e imagem com os clientes — explica Rebetez, suíço radicado no Brasil há décadas. — Mas a IA pode, por exemplo, reconhecer o rosto dos clientes e enviar pushes personalizados para cada um deles no celular assim que entrarem na loja. É uma possibilidade.


Hiperpersonalização é tendência


De fato, o consenso entre analistas é que o impacto da IA no varejo será transversal. Um relatório publicado em outubro pela consultoria NielsenIQ resumiu o prognóstico ao afirmar que a “IA deverá ajudar a oferecer opções aos consumidores, responder às dúvidas e facilitar os processos de seleção de produtos e pagamento, além de turbinar a entrega de mercadorias”.


Uma das principais missões da IA será prever os desejos dos consumidores e personalizar o leque de produtos, acrescenta o relatório. É o que a Deloitte, outra consultoria global, classifica de hiperpersonalização em “TrendRadar: the future consumer”, levantamento recente que mapeou as principais tendências para o consumo na próxima década. O estudo vislumbra um futuro próximo em que a IA se tornará uma espécie de agente ativo de compras, tomando decisões.


“Os agentes de compras com IA e os sistemas de reposição automática são imperfeitos atualmente, mas podem melhorar drasticamente em breve. Um exemplo típico seria uma geladeira inteligente que realiza compras automaticamente quando um item alimentar precisa ser reposto. Com a compra automatizada, os clientes pagam por um serviço, em vez de ‘apenas’ por um produto. A venda se torna um engajamento contínuo, aumentando a retenção de clientes”, diz o relatório da Deloitte.


Tudo isso seria uma evolução do que já fazem plataformas sofisticadas de e-commerce, como a Amazon, mas agora sob esteroides e viável até no varejo físico. A divisão entre varejo de tijolo e o virtual, aliás, será cada vez mais tênue.


— A tal omnicanalidade, que permite ao cliente comprar em qualquer canal, on-line ou não, otimiza equipes e reduz estoques. O futuro demanda lojas físicas mais “leves” e sustentáveis — argumenta Jean Paul Rebetez, da Gouvêa Consulting. — A crescente eliminação do caixa fixo, com os próprios vendedores fechando vendas por smartphone, e o self-checkout fazem parte da tendência.


Veja como a pesquisa foi feita


Nem todas elas nasceram no Rio, mas não importa o local de origem, elas aprenderam a falar o carioquês e a entender o que faz a diferença para quem vive na cidade. As marcas que são a cara do Rio, que respeitam o consumidor e o meio ambiente e as vencedoras em mais de 40 categorias são apresentadas em pesquisa feita pelo GLOBO em parceria com a TroianoBranding.


Para acompanhar a evolução dos hábitos de consumo, a cada ano, o estudo se renova, com a entrada e, eventualmente, a saída de algumas categorias. Em 2024, novos itens passaram a ser pesquisados, como Meios de Pagamento, Cuidados com o Bebê, Internet Banda Larga, Laboratório de Análises Clínicas e Lojas de Eletrodomésticos.


Em sua 15ª edição, o projeto Marcas dos Cariocas foi realizado em duas etapas. Na primeira fase, os entrevistados identificaram espontaneamente as marcas, por categoria. Foram ouvidas 2.150 pessoas, com uma média de respostas de 457 por categoria. As marcas foram citadas espontaneamente, sem qualquer estímulo visual.


O consumidor seleciona qual marca está associada a uma das seis dimensões do consumo:

  • Qualidade: oferece produtos e serviços de qualidade;

  • Respeito: respeita o consumidor;

  • Preço: vale o que custa;

  • Identidade: combina comigo;

  • Evolução: está sempre se renovando;

  • ESG: é uma marca preocupada com questões ambientais, sociais e éticas.


Na segunda fase, o objetivo é construir o ranking por categoria. Neste momento, cada um dos entrevistados foi exposto a cinco categorias, seguindo um sistema de rodízio no qual todas as categorias e marcas foram expostos de forma equitativa. As marcas foram apresentadas nominalmente, sem o recurso gráfico da logomarca. Os participantes da pesquisa avaliaram as marcas que conheciam, mesmo que só tenham ouvido falar delas.


Por: Rennan Setti

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