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Do caderninho à Inteligência Artificial: por que o conhecimento aplicado é a chave para a sobrevivência das mercearias de bairro

  • Mercado e Consumo
  • 21 de ago.
  • 4 min de leitura

As mercearias de bairro estão presentes em quase todas as ruas do Brasil. Juntas, elas formam uma força que move a economia – e permita-se dizer “uma força invisível”, e você já vai entender o porquê digo isso.


São pequenas lojas, de 40 a 120 metros quadrados, mas que sustentam famílias, movimentam comunidades e, em conjunto, ajudam a girar a economia nacional. O dono está ali no dia a dia, com o “umbigo colado no balcão”. Ele conhece seus clientes pelo nome e oferece atenção e confiança. Esse vínculo humano é seu grande diferencial.


Mas o mundo ao volta mudou. O cliente do pequeno comerciante de hoje é o mesmo que recebe promoções personalizadas no celular, pede compras por aplicativo e compara preços em segundos pela internet. E essa transformação global bate à porta também desse pequeno empresário.


O retrato atual: tradição em meio a transição


Esses empreendedores vivem realidades diversas. Alguns ainda registram suas vendas no caderninho, organizam a loja de forma intuitiva e oferecem fiado como principal vínculo com a comunidade. Outros já aderiram a plataformas de delivery ou começaram a experimentar ferramentas digitais, muitas vezes mais por necessidade do que por planejamento estratégico.


O que todos têm em comum é a dedicação diária ao negócio e a resiliência para manter a porta aberta. Essa dedicação, no entanto, precisa agora se conectar a novas formas de pensar, organizar e gerir, para que a tradição da mercearia continue relevante em um mundo cada vez mais acelerado e digital.


Quando o global encontra o local


A Inteligência Artificial e a digitalização estão remodelando o consumo em escala mundial. Grandes redes usam tecnologia para prever demandas, ajustar preços e otimizar estoques. Isso impacta diretamente o pequeno comerciante, que concorre com aplicativos e marketplaces que oferecem conveniência e promoções agressivas.


Mas a verdade é que a vantagem competitiva da mercearia não está em copiar os grandes, e sim em combinar a proximidade humana que já é sua marca registrada com práticas simples de gestão, conhecimento aplicado e pequenas doses de inovação.


O caminho da transformação: conhecimento e prática


Não há dúvida: o conhecimento é um dos pilares mais importantes para o futuro dessas lojas. Mas não basta apenas saber, é preciso colocar em prática o que se aprende para gerar resultados reais. Melhoria de margens, crescimento de receita ou fortalecimento do negócio só se tornam reais quando aliamos conhecimento com ações organizadas no dia a dia do negócio.


Se o pequeno comerciante me perguntasse quais os principais pontos que ele precisa focar para transformar seus resultados, essa seria a minha dica de por onde começar:


  1. Gestão de estoque e margens: entender o que vende mais, o que fica parado e qual produto traz melhor margem. O estoque bem administrado evita rupturas, libera capital de giro e aumenta a lucratividade.

  2. Arrumação da loja, com mudanças simples e um visual mais convidativo: a organização não é apenas estética: ela facilita a compra, aumenta o tempo do cliente na loja e pode direcionar para itens mais rentáveis. Mudanças simples, como destacar produtos sazonais ou organizar categorias com clareza, fazem a diferença.

  3. Gestão financeira e do fiado: aqui está um ponto crucial: vender fiado é financiar o cliente. O dono da mercearia se torna, muitas vezes sem perceber, uma instituição financeira que dá suporte a famílias endividadas. Ou simplesmente atende a uma conveniência, mas que impacta na gestão de suas compras e abastecimento de forma profunda. Essa prática, se não for bem gerida, pode comprometer o capital de giro e quebrar o negócio. É preciso desenvolver uma visão clara sobre prazos, limites e formas de cobrança, equilibrando a proximidade com a sustentabilidade da empresa.

  4. Relacionamento e experiência: a conversa no balcão continua sendo um grande diferencial quando o tema é proximidade e relacionamento. Mas ela pode ir além: lembrar as preferências, sugerir novidades, oferecer pequenas experiências de compra. Isso cria vínculos mais fortes e fideliza clientes mesmo em tempos de instabilidade.

  5. Digitalização essencial: não se trata de estar em todas as redes, mas de dar passos certos: utilizar o WhatsApp Business, organizar contatos de clientes, enviar promoções direcionadas, explorar plataformas de entrega como complemento da venda presencial. O digital pode ampliar a relação sem tirar a essência do contato humano.

  6. Liderança e desenvolvimento contínuo: mesmo com poucos funcionários, o dono é líder. Investir no desenvolvimento da equipe, seja em atendimento, vendas ou organização da loja, multiplica resultados. Aprender continuamente e aplicar esse aprendizado é o que diferencia quem sobrevive de quem cresce.


Pequenas mudanças, grandes transformações


Não é preciso revolucionar de um dia para o outro. A soma de pequenos ajustes — no estoque, no visual da loja, no atendimento ou no controle financeiro — pode transformar completamente a rentabilidade e a sustentabilidade do negócio.


A mercearia de bairro não precisa competir em escala com os gigantes, mas pode encontrar sua força no conhecimento aplicado, na gestão consciente e na conexão genuína com seus clientes.


O futuro também está no balcão da mercearia


As mercearias não são apenas pontos de venda: são pontos de encontro, de confiança e de resiliência. Em um cenário global de instabilidade econômica e digitalização acelerada, esses pequenos negócios podem encontrar no conhecimento aplicado — somado à prática diária — a chave para permanecer relevantes e fortes. Vamos refletir e agir juntos sobre isso? Clique aqui e me fale mais para acelerarmos juntos a transformação das mercearias a nível nacional.


O futuro do varejo brasileiro também está no balcão da mercearia que decide aprender, se reinventar e transformar pequenas mudanças em grandes resultados.


Por: Roberta Andrade

Roberta Andrade é diretora de Educação Corporativa e sócia da Friedman e da Gonow1.

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